O Estado do Espírito Santo tem na sua história e cultura o desenvolvimento de negócios rurais de controle familiar, por gerações e gerações.
A realidade, no entanto, é que surgem desentendimentos entre os familiares e agregados, por diversos fatores: má gestão, as novas gerações que começam a assumir o negócio sem levar em consideração os valores da família, má remuneração e falta de definição de funções e direitos para todos os envolvidos.
Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Geral (IBGE) demonstram que as empresas familiares constituem 90% da atividade empresarial no Brasil, porém, apenas 1/3 dessas empresas chegam até a 3º geração, e menos que 10% sobrevive da 3ª geração em diante.
Quando se trata de negócios agrários, esse cenário se torna mais arriscado, por conta da informalidade e da exploração do negócio por meio da pessoa física (a lei no Brasil permite ao produtor rural explorar a atividade como empresa tanto na forma de pessoa física, como na pessoa jurídica, e por questões tributárias, geralmente opta-se por explorar pela primeira opção).
Por essas razões, é necessário que o gestor do empreendimento rural, seja no ramo de imóveis, produção, industrialização ou comercialização, se atente para as regras de governança do negócio.
Mas, o que é governança? Nada mais é do que a estruturação de regras, funções e responsabilidades bem definidas para criação de um ambiente confiável e amigável entre os sócios e familiares, para que todos respeitem a instituição com seus valores e cultura própria.